Berenice de Oliveira Machado Souza (*) –
Nesse período busquei traçar um panorama completo e profundo sobre o assédio moral, fenômeno que persiste em silenciar vozes e prejudicar vidas, tanto no contexto profissional quanto pessoal.
Espero ajudar as pessoas assediadas em se despertar sobre o entendimento do que é e como se manifesta o assédio moral, mas também a conscientização sobre as suas consequências devastadoras.
Ao compartilhar relatos e experiências, minha intenção é criar um espaço para que você se identifique com situações desta natureza, compreenda as nuances e se senta motivado a agir e quebrar a autocensura.
Neste contexto ficou claro que o assédio moral no trabalho não é e nunca foi um caso isolado. Você pode se posicionar contra atitudes abusivas e usar sua voz como agente de mudanças e ser capaz de ajudar e apoiar seu colega e lutar por ambientes seguros e livres desse mal que nos fere em todas as dimensões de nossas vidas.
Esta semana em conversa com uma amiga que chamo irmã do coração estávamos falando de imposições do atendimento humanizado que já existe e os servidores agora nessa situação de saco de pancada por culpa que não é deles, e me perguntei:
– como vamos dar um bom acolhimento aos usuários que chega em busca de um atendimento humanizado já estando cansado de ouvir: “não tem, não sabemos quando vai ter, não temos ao menos uma previsão de quando terá” tanto o produto quanto o profissional para atendimento ao usuário. O usuário precisa do serviço, do produto, atrelado ao assedio moral sofrido e, que também precisamos de acolhimento para curar nossas feridas – e o que encontramos são palavras cruéis que cada dia nos adoece mais e mais.
Pois bem. Prezados/as profissionais colegas precisamos cuidar primeiro de nós para depois cuidar do outros e para isso temos que buscar ajuda de profissional na área da psicologia. Não deixe que a prática do assédio moral continue sendo um silêncio ensurdecedor e devastador nas nossas vidas. Use seu conhecimento para sensibilizar aqueles que se encontram ao seu redor, compartilhe suas experiências e nunca hesitem em buscar ajuda além de não deixar de encorajar outros a fazer o mesmo.
Juntos, podemos construir um futuro em que o respeito e a dignidade sejam a norma, não a exceção. Vocês já pensaram no poder da solidariedade? Quando nos unimos por um propósito comum, a força se torna massiva. Seja a mudança que você quer ver. Faça isso por você, mas faça também por todos os que ainda não têm coragem de se manifestar. e não subestime o impacto dos seus atos. Às vezes, um simples gesto de parar e perguntar: “como você está se sentindo?”. Pode fazer tudo mudar. Você pode ser a luz na vida de alguém que está atravessando um momento turbulento como este. No fim, o que verdadeiramente importa é a sua voz, a firmeza com que você se posiciona e a honestidade ao expressar suas preocupações.
Olhe para dentro, pergunte-se:
– O que eu posso fazer?
Não tenha medo de dar o primeiro o, mesmo que ele pareça pequeno. Cada o conta positivamente na vida das pessoas. Você é parte de algo maior, e sua coragem pode não apenas transformar seu espaço, mas também inspirar outros a se fortalecerem. Essa luta não é apenas sobre você; é sobre todos nós.
(*) Ex-secretária municipal de Saúde, Coordenadora do Programa Municipal deDst/Aids e Hepatites Virais de Dourados, Coordenadora do Fórum dos Trabalhadores em Saúde (2015 a 2018), Presidente do Conselho Municipal de Saúdede Dourados (2013 a início de janeiro de 2019), Servidora pública e graduanda em Serviço Social
