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Atentado contra Miguel Uribe em Bogotá: pré-candidato presidencial é baleado durante comício

O senador e pré-candidato à Presidência da Colômbia Miguel Uribe, de 39 anos, foi baleado neste sábado (7/6) enquanto participava de um ato político em Bogotá, capital do país.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o pré-candidato ensanguentado sendo amparado por outras pessoas, enquanto buscavam ajuda.

O parlamentar, membro do partido oposicionista Centro Democrático, do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), foi levado imediatamente a um hospital. Apesar do sobrenome, ele não é parente direto do ex-presidente.

Seu estado de saúde atual é considerado delicado. O político teve ferimentos graves na nuca, segundo a imprensa colombiana.

A Fundação Santa Fé de Bogotá informou Uribe chegou ao hospital em estado crítico e que. por volta das 22h no horário local (3h de domingo no horário de Brasília), ele estava sendo submetido a um “procedimento neurocirúrgico e vascular periférico”.

A mulher de Uribe, Maria Claudia Tarazona, relatou na noite de sábado que seu marido estava “lutando (…) por sua vida”.

“Peço a todos que se juntem a nós em uma corrente de oração pela vida de Miguel”, acrescentou.

O prefeito de Bogotá, Carlos Galán, confirmou também que a pessoa que atirou foi presa. O Ministério Público informou que Uribe foi baleado duas vezes e que o suspeito é um menor de 15 anos que portava uma pistola Glock 9 milímetros.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, afirmou que o autor do crime é um assassino de aluguel. Petro “rejeitou categoricamente e energicamente o ataque a Uribe”, disse a Presidência em um comunicado.

“Este ato de violência é um ataque não apenas à integridade pessoal do senador, mas também à democracia, à liberdade de pensamento e ao exercício legítimo da política na Colômbia”, acrescentou a Presidência em nota à imprensa.

A Presidência informou ainda que, devido ao ataque a Uribe, Petro cancelou uma viagem ao exterior que estava planejada para sábado à noite.

Nas redes sociais, Petro, prestou “solidariedade à família Uribe e à família Turbay [sobrenome da mãe de Miguel, assassinada nos anos 1990 em crime que chocou a Colômbia]”.

“Não sei como mitigar sua dor. É a dor de uma mãe ausente e de uma pátria”, escreveu Petro, de quem Miguel Uribe é um dos críticos mais contundentes.

O ministro da Defesa colombiano, Pedro Sánchez, acrescentou que está sendo investigado se outras pessoas estão envolvidas. “A investigação está em andamento e vamos apurá-la. Não haverá espaço para impunidade”, disse Sánchez na rede social X.

Em um tuíte anterior, Sánchez ofereceu uma recompensa de até 3 bilhões de pesos colombianos (aproximadamente R$ 4 bilhões) “a qualquer um que forneça informações que levem à identificação e captura dos responsáveis”.

Em um comunicado, o Centro Democrático condenou o que foi “um ato de violência inaceitável”. “Rejeitamos veementemente este ataque, que não apenas coloca em risco a vida de um líder político, mas também ameaça a democracia e a liberdade na Colômbia”, disse o partido.

O ex-presidente Álvaro Uribe disse que o crime é atentado “contra uma esperança da pátria”.

As eleições presidenciais da Colômbia estão marcadas para o primeiro semestre de 2026.

Quem é Miguel Uribe

Rua em Bogotá isolada após atentado
REUTERS/Luisa Gonzalez
Rua em Bogotá foi isolada após atentado contra Uribe

Miguel Uribe é neto de Julio César Turbay, ex-presidente da Colômbia (1978–1982), e filho de Diana Turbay, jornalista que foi sequestrada e assassinada por Pablo Escobar durante a crise dos extraditáveis.

Na época, os narcotraficantes colombianos realizaram uma campanha violenta contra o Estado para evitar extradição de criminosos para os Estados Unidos.

Esse episódio foi narrado por Gabriel García Márquez em seu livro Notícia de um Sequestro.

Uribe é um forte crítico, pela direita, do presidente da Colômbia, o esquerdista Gustavo Petro.

Diante da intenção de Petro de convocar, por decreto, uma consulta popular para uma reforma trabalhista — algo que exigiria a de todos os ministros do gabinete —, Uribe declarou, horas antes do atentado, que os processaria por prevaricação (ato de um servidor público contrário à lei).

Petro reagiu ao ataque contra Uribe pelas redes sociais.

Miguel Uribe Turbay junto ao ex-presidente Álvaro Uribe Vélez em 2023.
Long Visual Press/Universal Images Group/Getty Images
Miguel Uribe Turbay junto ao ex-presidente Álvaro Uribe Vélez em 2023.

“Ah, Colômbia e sua eterna violência. Querem matar o filho de uma mulher árabe em Bogotá, a quem já assam, e não se deve matar no coração do mundo. Estão matando o filho e a mãe”, afirmou.

A família Turbay é descendente de libaneses.

“Respeitar a vida, essa é a linha vermelha. A Colômbia não deve matar seus filhos, porque eles também são nossos filhos. Máfias da terra, escória da humanidade. Que as famílias árabes que vieram para a Colômbia vivam em paz”, continuou o presidente.

“A Colômbia acolhe o mundo e não mata aqueles que vêm de todos os cantos do planeta.”

Mais tarde, em um discurso televisionado, Petro afirmou que o ataque contra Uribe “é uma falha do Estado”. “Hoje nos derrotaram”, acrescentou.

O presidente colombiano desejou a Uribe uma rápida recuperação.

“Todos sabemos que existe uma distância política entre a família Uribe Turbay e o governo, mas é uma distância política, e a política é livre, e sempre defendemos que ela seja livre de violência”, afirmou Petro.

Ele acrescentou que “todos os protocolos, no mais alto nível, (…) devem agora se concentrar em descobrir quem é o mandante” e ordenou uma investigação sobre a equipe de segurança do líder político e as “falhas ocorridas”.

“Haverá responsáveis, começando pelos responsáveis ​​pela sua segurança”, afirmou.

‘Rejeitar o ódio’

O ex-presidente Álvaro Uribe condenou o atentado. “Eles atacaram uma esperança para a pátria, um grande marido, pai, filho, irmão, um grande colega”, observou.

“Rogamos a Deus pela recuperação de Miguel. Depositamos nossa confiança nos médicos, nas Forças Armadas e no sistema de justiça. Apelamos à reflexão pública.”

O ex-presidente Iván Duque afirmou que os colombianos estão hoje “profundamente consternados”.

“Que este seja um momento para rejeitar as mensagens de ódio, violência e intolerância que estão sendo transmitidas de forma perversa, e que todos os colombianos se unam diante dos desafios que enfrentamos hoje como nação”, afirmou.

O presidente chileno, Gabriel Boric, expressou sua “condenação absoluta ao atentado contra Miguel Uribe Turbay” e afirmou que “em uma democracia, a violência não tem lugar nem justificativa”.

O presidente paraguaio, Santiago Peña Nieto, também expressou sua condenação.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, condenou o incidente, afirmando que “esta é uma ameaça direta à democracia e o resultado da retórica violenta de esquerda vinda dos mais altos escalões do governo colombiano”.

“A Colômbia não pode se dar ao luxo de retornar aos tempos sombrios da violência política. O presidente Petro deve moderar sua retórica incendiária e proteger as autoridades colombianas”, afirmou.

(Com informações BBC)

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